O que é marketing para profissionais da saúde?
O Marketing entrou na minha vida em 2007 anos atrás, quando decidi estudar Comunicação na ESPM. Lá, a graduação em Publicidade e Propaganda tem ênfase em Marketing, e pode-se optar pelo foco em Criação ou Planejamento. Eu escolhi o Planejamento.
A principal diferença entre o Planejamento e a Criação, é que o Planejamento se concentra nas estratégias de comunicação alinhadas aos objetivos de marketing do negócio, em pensar o negócio como um todo. Finanças, Marketing e Estratégia são pontos pensados neste processo. Já a Criação, concentra-se em executar as ações de forma criativa, em Design, em Materiais, em Campanhas.
De lá pra cá aprendi e evolui muito sobre meus conhecimentos em Marketing. Fiz Pós-Graduação em Marketing, fui em muitos cursos e palestras sobre o tema, e em 2016 decidi me concentrar no assunto Marketing para a Área da Saúde. Na época, já havia participado de projetos para profissionais (médicos, dentistas, nutricionistas, farmacêuticos) e também para empresas (startups, lojas especializadas, clínicas).
O que de fato é marketing? O que é marketing para a área da saúde?
1. Marketing não é só comunicação
Infelizmente o Marketing é uma área com muitos desacordos e equívocos de conceitos, mesmo entre os profissionais da área que insistem em associar o Marketing à Comunicação. Dessa forma, as empresas, e principalmente os profissionais da saúde, podem não dar a real importância em ter uma assessoria especializada tratando do assunto.
Marketing tem a ver com a estratégia do negócio, que inclui sim a comunicação, mas também outras preocupações: o que você vende, como você vende, por quanto você vende, onde você vende, etc, etc… Não é “só” comunicação, como MUITOS PENSAM.
No campo da saúde, vende-se um SERVIÇO ou PRODUTO de saúde. E mesmo que você seja um profissional que não possui um consultório próprio, por exemplo, o seu negócio, o seu PRODUTO OU SERVIÇO é você mesmo e, portanto, você também realiza ações de marketing no seu dia a dia.
Independente de como a gente deseja chamar, na prática TODAS AS EMPRESAS E PROFISSIONAIS DA SAÚDE aplicam o marketing, mesmo que de forma errada ou desorganizada.
E é aí que entra a ideia do marketing como disciplina, como área:
- Entender sobre o negócio: quem é o profissional? Como é a especialidade? Qual é o serviço prestado? Como é?
- Pensar em estratégias: quem são meus concorrentes? Como posso aprender com eles? O que posso melhorar? Quais meus objetivos de negócio? Qual é o meu planejamento? Quais são meus resultados? Como eu quero que sejam meus resultados?
- Saber como se posicionar e como precificar: Quanto cobrar? Quais os meus custos? Quais os meus lucros?
Em muitas empresas a área do marketing atua em conjunto com a área comercial, e realmente o que se faz é focado para venda e relacionamento com os clientes.
Talvez, seja daí que surja a confusão de que marketing é publicidade. E também, a maioria dos fracassos. Sem entender o produto/serviço, sem pesquisar, sem entender o cliente, sem revisar estratégias de atendimento, serviço, produtos, preço… o acerto em estratégias de marketing com foco pra venda pode ser um mero acaso.
E isso para um profissional da saúde pode significar:
- Pouca autoridade
- Poucos pacientes
- Desorganização do negócio
- Falta de foco
2. Marketing na teoria é BEM diferente da prática
INFELIZMENTE muita coisa que se aprende fica na teoria. Eu perdi as contas de quantos cursos, livros, artigos eu já li sobre marketing e estratégia e quantas vezes tentei seguir a “receita de bolo” até o fim sem ter êxito. Na prática, e principalmente no contexto que eu atuo – pequenas empresas, muita coisa que a gente aprende em marketing fica apenas no sonho. Isso porque os gestores de empresas não querem esperar para os resultados acontecerem.
No final das contas o que todo mundo precisa no final do mês é “pagar as contas”, então muita coisa fica pela metade. Muita ação muda do dia para a noite, muita ideia nova pode surgir sem planejar, muita coisa pode dar errado, ou muitas podem dar certo sem mensurar e sem ter planejamento.
Tudo isso misturado com pouca verba, pouco tempo e – principalmente – com pouca equipe pra pensar e executar. Eu diria que boa parte das pequenas empresas, talvez a grande maioria, não tem um setor pra pensar o marketing, nem uma agência ou assessoria, ou mesmo um TEMPO para dedicar exclusivamente pra isso. E se formos pensar nos profissionais de saúde, então…
Muitos dos clientes que já atendi não vêem a si mesmo como um negócio e não dedicam NENHUM tempo da semana para pensar o negócio. Como está? Pra onde ir? O que fazer?
Isso, quando está tudo bem, com pacientes e agenda lotada, é ok. Mas a gente nunca sabe o dia de amanhã e nem o que os nossos concorrentes estão fazendo.
Outro ponto é acreditar que um agente externo, como no meu caso uma agência, assessoria ou consultoria, vai resolver em 1 mês o problema do negócio. O aprendizado e o processo de marketing deve ser interno também.
3. Conseguir bons resultados de marketing não é fácil!
O marketing é incansável e nunca pára. E não tem fórmula perfeita. É criar, é organizar, é executar, é acompanhar os resultados. É errar, aprender, tentar de novo e acertar. Principalmente agora, com todos os novos recursos de comunicação e tecnologia que surgem e acabam do dia pra noite, a roda literalmente não pára. É a estratégia de conteúdo, é o post exclusivo pro feed do Instagram, outro pros Stories, é atender bem o paciente em todos os momentos, no telefone, no e-mail, é descobrir um novo procedimento e divulgar, é responder no WhatsApp, é aprender sobre WhatsApp business, é treinar bem a equipe, é pensar na music brand do consultório…
Não é fácil. E principalmente pra aqueles que não dedicam o tempo suficiente pra isso ou não tem um suporte como a Think Saúde para ajudar a pensar.
Espero ter explicado um pouco mais sobre o que é o marketing e sua aplicação para negócios da saúde.
Um abraço e até mais!